Futuro da SINAGA deve nascer da “convergência de interesses” dos cidadãos, defende Pedro Nascimento Cabral

O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, considera fundamental que o projeto para o espaço da antiga fábrica SINAGA, localizada na freguesia de Santa Clara e em grande proximidade com a de São José, nasça da concertação de vontades entre a população e todos os agentes interessados na requalificação urbana daquela zona e dos seus 55 hectares disponíveis. “É com este diálogo, com esta cooperação com o Governo dos Açores, que poderemos encontrar as melhores plataformas para coincidirmos e convergirmos interesses que queremos que emanem e sejam comuns a todos os cidadãos”, afirmou o autarca nas instalações da extinta unidade fabril, que atualmente são propriedade da Região. Pedro Nascimento Cabral intervinha, a 22 de março, numa mesa-redonda que foi moderada pela jornalista Inês Linhares Dias, no âmbito do debate público promovido pela Secção Regional dos Açores da Ordem dos Arquitectos que visou a recolha de contributos para a requalificação da antiga Fábrica do Açúcar, fruto de um protocolo celebrado com o Governo Regional. Convidado a partilhar a visão da Câmara Municipal de Ponta Delgada para o espaço, o autarca indicou que a mesma passa pela implementação de um projeto que recupere o edificado existente – nomeadamente, os volumes com valor arquitetónico industrial - e promova uma ocupação multifuncional da área, privilegiando os equipamentos culturais, o espaço público, a habitação, o comércio e os serviços, sendo ainda determinante a integração de uma solução de interface de intermodalidade entre o transporte público (central de camionagem), transporte individual, modos suaves e pedonais, suportada sobre uma nova estrutura viária articulada com a malha urbana envolvente. Pedro Nascimento Cabral defendeu ainda que o futuro do local deverá contemplar uma ampla zona verde que contribua para devolver esta área significativa da freguesia de Santa Clara a uma vivência urbana qualificada, melhorando a qualidade de vida e o dia-a-dia da comunidade local. Elogiando a iniciativa tomada pelo Governo da Região Autónoma dos Açores e pela Ordem dos Arquitectos, o Presidente da Câmara Municipal reiterou que a reabilitação do espaço é crucial para o desenvolvimento e sustentabilidade cultural, económica, social e ambiental da cidade de Ponta Delgada. Não deixou, contudo, de alertar que qualquer intervenção no local deve ter em linha de conta a proximidade da zona com o aeroporto, com o porto de Ponta Delgada e a extensão da Gruta do Carvão. Da mesa-redonda, fizeram ainda parte o Presidente da Secção Regional da Ordem dos Arquitectos, Nuno Costa, o Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Mário Fortuna, o Diretor Regional dos Recursos Florestais e Ordenamento Territorial, Nuno Sousa, o Diretor do Museu Carlos Machado, João Paulo Constância, e o Administrador da Tecnovia Açores S.A., Francisco Morais. Ao longo deste sábado, o encontro para debate e reunião de ideias organizado pela Ordem dos Arquitectos contou, ainda, com a participação de especialistas nas áreas disciplinares da arquitetura, do património industrial e cultural, do turismo industrial, da economia, da museologia e da sustentabilidade.