Sérgio Rezendes enaltece legado “com mais de 150 anos” da Sinagoga

O Vereador com o pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Sérgio Rezendes, fez questão de marcar presença no concerto do Ensemble de Cordas da Sinfonietta de Ponta Delgada que decorreu na Sinagoga, justamente no âmbito das comemorações do 10.º aniversário do Museu Hebraico Sahar Hassamaim – Portas do Céu. Falando ainda antes de o concerto orquestrado por Amâncio Cabral se iniciar, o autarca destacou a longevidade e a riqueza patrimonial da Sinagoga, que data de 1836 e esteve mais de cinco décadas ao abandono, até ser restaurada e reaberta ao público, em 2015, por iniciativa da autarquia. “Esta década que marca a reabertura da Sinagoga não evoca apenas 10 anos. Condensa e traduz um inequívoco respeito por um legado e património judaico com mais de 150 anos em São Miguel, que surgiu por força do advento do Liberalismo e da Carta Constitucional”, salientou. Segundo o autarca, “é extremamente gratificante” poder comemorar os 10 anos da reabertura deste equipamento cultural, que, na realidade, representa também “o regresso a uma liberdade e realidade que o tempo e o Homem quase apagaram”. “A Sinagoga surge após o Antigo Regime, fase da história de Portugal na qual os Judeus foram obrigados a converterem-se em Cristãos Novos. Com o desenvolvimento das revoltas Liberais - em que os Açores tiveram um papel importante – e o advento do Constitucionalismo - hoje, uma República Constitucional - voltaram a dispor da sua plena liberdade de expressão e religiosa", recordou. Lembrou, a propósito, que a Liberdade não deve ser encarada como “um bem adquirido” e que são vários os exemplos na história e no mundo atual que demonstram como esse mesmo direito pode ser ameaçado ou mesmo negligenciado. Sérgio Rezendes referiu, ainda, que “a Sinagoga não é apenas uma casa-museu”, mas também “um templo no coração do Atlântico” ao dispor dos Judeus que vivem em Ponta Delgada e que visitam o concelho. Por outro lado, o autarca destacou tratar-se de um equipamento municipal que coloca Ponta Delgada “no mapa das judiarias e do turismo religioso internacional”. Terminou a enaltecer e a agradecer o esmerado trabalho realizado pelos elementos da Unidade Orgânica de Património Cultural da autarquia, que têm estado responsáveis pela gestão e dinamização do espaço, ao longo dos últimos 10 anos. “Efetivamente, foi feito jus àquele que é o respeito da Câmara Municipal de Ponta Delgada pela liberdade religiosa e pela única judiaria em atividade nos Açores”, realçou Sérgio Rezendes.