“O diálogo aberto e a participação plural são essenciais para executar a vontade dos cidadãos”, afirmou Pedro Nascimento Cabral
- 01-07-2025
O Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, afirmou esta segunda-feira, no decorrer do debate “Pensar Ponta Delgada”, que “o diálogo aberto e participação plural são essenciais para executar a vontade dos cidadãos”.
“Quero, em primeiro lugar, enaltecer esta louvável iniciativa promovida pela Associação Seniores de São Miguel, liderada pela Dra. Leonor Anahory, que tem vindo a afirmar-se como um agente dinâmico na promoção do pensamento crítico e do diálogo. Este é um claro exemplo de como a sociedade civil pode contribuir, de forma séria e empenhada, na discussão de temas centrais que envolvem o nosso Município”, frisou o autarca.
Na mesa-redonda, moderada pela antiga jornalista Teresa Nóbrega, Pedro Nascimento Cabral afirmou que “cada reflexão ou sugestão estrategicamente pensada no desenvolvimento do concelho é sempre uma mais-valia que muito preservarmos”, reiterando a sua “permanente disponibilidade para acolher ideias, ouvir opiniões e integrar contributos” na gestão diária do concelho.
Convidado a partilhar a sua visão sobre atual execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e o futuro da habitação, o autarca garantiu que a Câmara Municipal de Ponta Delgada “está a cumprir a sua parte”.
“Já estamos a construir 70 novas habitações. São 12 milhões de euros investidos para solucionar um problema grave, já há muito detetado, mas que tem sido sempre negligenciado. É preciso não esquecer que houve um grave desinvestimento na habitação nos Açores. Entre 2009 e 2020, os governos liderados pelo partido socialista apenas construiram 39 habitações em São Miguel, o que é muito condenável para uma ilha que acolhe 60% da população açoriana ”, salientou.
Questionado sobre a relação entre o papel da videovigilância, o consumo de drogas e as pessoas em situação de sem-abrigo, Pedro Nascimento Cabral esclareceu que: "As câmaras de videovigilância visam combater com eficácia o sentimento de insegurança que existe na nossa população, o vandalismo e os atos de pequena criminalidade associados ao consumo destas malditas drogas e não derrotar a população sem abrigo, que como se sabe, necessita de uma intervenção humanizada e fraterna. São obviamente dimensões e objetivos diferentes que aqui estão em causa”.
“O problema das pessoas em situação de sem-abrigo exige uma resposta de outra natureza - mais profunda, integrada e verdadeiramente humana. Trata-se de uma realidade muito complexa, que requer uma abordagem estruturada, assente na recuperação da dignidade pessoal, no acesso a cuidados de saúde e na criação de mecanismos de reintegração social. É precisamente nesse sentido que temos vindo a desenvolver um trabalho em rede com várias entidades”, acrescentou.
Para além do apoio anual de 650 mil euros entregue às Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho, Pedro Nascimento Cabral recordou que “o Housing First já retirou 5 pessoas da rua. Temos também em preparação um protocolo com o Instituto São João de Deus e outro com a Cáritas, que vão apoiar diretamente mais 15 pessoas”.
“Ainda neste sentido, vamos ceder três terrenos ao Governo dos Açores para a criação de estruturas de pernoita, higienização e alimentação destinadas à população em situação de sem-abrigo. Estas sim são medidas concretas que visam ter um impacto real e duradouro na vida das pessoas”, destacou.
Quanto à mobilidade, o autarca afirmou que a Câmara Municipal está a trabalhar com reconhecidos consultores na apresentação de um plano de ação que vai responder aos novos desafios de circulação e estacionamento que a nossa cidade enfrenta."
“Temos já concluído o caderno de encargos que vai permitir avançar com o concurso público para a segunda fase do prolongamento subterrâneo da Avenida Infante Dom Henrique, que vai criar mais de 300 lugares de estacionamento, como já terminamos a nossa proposta de redefinição das linhas de Mini Bus, com o objetivo de alargar a rede, facilitar deslocações e incentivar o uso de transportes públicos, para apresentação a concurso público em 2026, que está atualmente em análise pelas Juntas de Freguesia do concelho." , adiantou.
Da mesa-redonda, fizeram ainda parte o Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Gualter Couto, a Presidente da Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores, Alexandra Bragança, o psiquiatra João Mendes Coelho e o arquiteto Jorge Kol de Carvalho.